quarta-feira, 1 de junho de 2011

Após casos de abuso sexual, camareiras em NY ganham alarmes

O tradicional hotel Pierre, em Nova York, suspendeu temporariamente um supervisor e decidiu equipar todas as camareiras com um “botão de pânico”, que deve funcionar como um alarme em caso de abuso sexual. Essas medidas foram tomadas depois de uma denúncia de ataque feita nesta semana, e da pressão do sindicato da categoria para exigir mais proteção às profissionais. 

"Deixe todo mundo que viaja a Nova York saber que, quando eles ficam em um hotel, a pessoa que limpa está armada com um botão que pode ser pressionado imediatamente. Você só ‘agiria inadequadamente’ se fosse estúpido”, afirmou ao Wall Street Journal Peter Ward, presidente do sindicato dos hoteleiros de Nova York, que representa cerca de 30 mil trabalhadores. 

Nora Walsh, uma porta-voz do Pierre, citada pelo Wall Street Journal, confirmou que o hotel entregou os alarmes a seus empregados, semelhantes àqueles utilizados por idosos que ficam sozinhos. A ideia é que a polícia seja acionada assim que a vítima fizer a queixa. 

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Na segunda-feira (30/04), a polícia prendeu no hotel o egípcio Mahmud Abdel Salam Omar, de 74 anos, ex-diretor do Banco de Alexandria, acusado de abuso sexual. A vítima foi uma camareira guianense de 44 anos. 

Um dos supervisores do Pierre foi afastado temporariamente, enquanto se investiga a razão do hotel ter demorado para chamar a polícia depois de a camareira fazer a denúncia. Omar foi denunciado pouco antes da meia-noite terça-feira na Corte Criminal de Manhattan por duas acusações, de abuso sexual e cárcere privado. Ele foi libertado após pagar fiança de 25 mil dólares. 

"Quando um empregado vai para os seus supervisores e diz ‘fui abusado, fui agredido’, não queremos encontrar um gerente mal treinado. Tudo o que ele vai fazer é colocar em um livro de registros”, queixou-se. "Queremos alguém que entenda que existe uma variedade de coisas que pode acontecer”. 

Segundo Peter Ward, os casos de estupro são raros nos hotéis de Nova York, mas as reclamações de assédio sexuais são um pouco freqüentes. São corriqueiros episódios como hóspedes que ficam sem roupa enquanto a camareira está no quarto; ou exibem material pornográfico na presença de um funcionário do hotel, por exemplo. 

As atenções se voltaram para Nova York quando o então presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn foi acusado de tentar estuprar uma camareira do hotel onde estava hospedado. Os investigadores dizem ter provas físicas – incluindo um exame efetuado imediatamente após a denúncia – que confirmariam a tentativa de estupro. 

Segundo a camareira, ela teria entrado no quarto do hotel acreditando que ele estivesse vazio, mas Strauss-Kahn estava no banheiro tomando banho. Ao sair, ele "a cercou por trás e a tocou de maneira inconveniente" e a "obrigou a cometer um ato sexual", diz a promotoria. 

Strauss-Kahn foi liberado depois de pagar fiança no valor de um milhão de dólares e um seguro de 5 milhões de dólares. Ele tem 62 anos e nega todas as acusações. O julgamento está marcado para 6 de junho. 
 

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